Fazendo Milagres Cineclube celebra seis anos de vida com realização da Baobácine - Mostra de filmes africanos


por Catarina de Angola*
No ano de 2017, o Fazendo Milagres realizou o projeto “Cines Africanos Fazendo Milagres – A África que eu imagino” e levou formações a várias regiões de Pernambuco.

Neste ano, o Fazendo Milagres Cineclube completa seis anos de atuação, e em maio, realiza a “Baobácine – Mostra de Cinema Africano”, no Recife, com o objetivo de difundir obras audiovisuais africanas com o público da cidade, incentivando a ampliação do repertório audiovisual para o público recifense. A programação da mostra contará também com a realização de minicurso sobre o tema.

Muitas foram as ações construídas pelo cineclube ao longo dos últimos anos. A proposta começou com uma ação de cineclubismo na Sambada de Laia, em Camaragibe, em 2010, e que foi motivadora para a formação do Fazendo Milagres Cineclube. Como moradoras da cidade de Olinda, Raquel, Natália e Ludimilla começaram a realizar a exibição de filmes na Praça dos Milagres, no bairro do Varadouro. 
Raquel Santana

“Nossa paixão por filmes nos motivou. Estávamos com a experiência de exibição em Camaragibe e curtindo. Não queríamos parar com o processo de pesquisar, selecionar e conhecer novos filmes e interagir com o público. Gostávamos muito de fazer sessões temáticas, que é uma forma de se aprofundar naquilo que a gente curte e com o cinema”, explica Raquel Santana.

A ação fixa na praça durou cerca de um ano. As sessões lá eram alternadas, em épocas de chuva, entre a praça e o Xinxim da Baiana, bar localizado no mesmo bairro, e que se tornou parceiro da iniciativa. E para essa iniciativa acontecer, contava com a parceria dos próprios moradores e moradoras locais, que cediam cadeiras, energia elétrica e todo o apoio para que o cineclube funcionasse. Depois, sessões também foram realizadas no bairro Monte, também em Olinda, em uma escola pública local. Sempre com a mesma proposta de envolver as pessoas na atividade. 
Ludimilla Carvalho
Mas o Fazendo Milagres Cineclube, que é filiado à Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), também é um espaço de formação, para quem assiste e para que o realiza. Nesse processo, Raquel, Natália e Ludimilla foram se reconhecendo também como mulheres negras, o que também passou a influenciar as ações enquanto cineclubistas e a vontade de partilhar mais sobre esse pertencimento com quem participava das atividades.

“Essa consciência racial do Fazendo Milagres não foi do dia para a noite. Quando fundamos o cineclube não tínhamos esse pertencimento. Esse debate foi se aprofundando a parte da nossa participação no Cabelaço, de se reconhecer enquanto mulher negra”, explica Raquel. O Cabelaço é um coletivo afro feminista auto organizado. 
Natália Wanderley
       


No ano de 2017, o Fazendo Milagres realizou o projeto “Cines Africanos Fazendo Milagres – A África que eu imagino”, que se propunha a ser um espaço formativo que aliava educação e audiovisual, de valorização do cinema africano. A ação levou as formações a todas as regiões de Pernambuco, no Sertão, nos municípios de Mirandiba e Triunfo, sendo este na comunidade quilombola de Águas Claras; no Agreste, em Taquaritinga do Norte, durante o Festival Curta Taquary; na Zona da Mata, na cidade de Tracunhaém, no Sítio Agatha, localizado no Assentamento da Reforma Agrária Chico Mendes; e no Recife, na sede do Maracatu Encanto do Pina, na comunidade do Bode.

Em maio, com a “Baobácine – Mostra de Filmes Africanos”, o Fazendo Milagres Cineclube volta a partilhar os conhecimentos sobre o continente africano com a população. A mostra acontecerá no cinema São Luiz, a preços populares. Para saber mais: https://baobacinemostra.blogspot.com.br



*Integrante do Terral Coletivo de Comunicação Popular

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